Aprender a Lidar com Frustrações — O Segredo que Todos os Estudantes Deveriam Saber

Já alguma vez sentiste que falhaste e que isso te tornou “menos” do que os outros?

Que errar é sinónimo de não seres suficientemente bom?

Que a vergonha de errar é maior do que qualquer vontade de recomeçar?

Ou que uma nota baixa ou uma escolha menos acertada podiam definir quem tu eras?

Pois deixa-me dizer-te: todos erramos. Eu, tu, os teus professores, os teus pais. E quanto mais cedo conseguires aprender a lidar com frustrações, mais rapidamente te libertas dessa pressão e começas a crescer — de verdade.

O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.” — Winston Churchill

Ao longo da minha experiência, percebi que os erros mais marcantes foram também os mais transformadores. Foram eles que me ensinaram a ser mais resiliente, mais criativa e mais determinada. E acredito que o mesmo pode acontecer contigo.

Aprender a lidar com frustrações é uma competência essencial no percurso de qualquer estudante. Porque, sejamos honestos: nem sempre as coisas correm como planeado. Mas isso não significa que não estejas a crescer.

O fracasso é apenas a oportunidade de recomeçar de forma mais inteligente.” — Henry Ford

Ao longo deste artigo, quero mostrar-te porque é que errar pode ser uma bênção disfarçada, e como lidar com as tuas frustrações te torna mais forte, resiliente e preparado para o que der e vier.

Quero partilhar contigo uma visão transformadora sobre o erro e o fracasso que, se a integrares na tua vida, pode mudar completamente a forma como enfrentas os desafios.

Imagem de uma estudante a refletir sobre um erro, num ambiente calmo de estudo, representando o processo de aprender a lidar com frustrações com coragem e resiliência.

O erro não é o fim — é só o início

Quando falo com os meus alunos — e são muitos, de várias idades — há uma coisa que todos têm em comum: o medo de falhar. E isso consome-os.

A ansiedade antes dos testes, a vergonha quando recebem uma nota má, o sentimento de culpa quando desapontam os pais ou professores.

Mas será que errar é mesmo assim tão mau?

Ou será que estamos apenas a olhar para ele com os óculos errados?

A verdade é que o erro é inevitável. E, mais importante ainda: é necessário.

Errar é a forma como o nosso cérebro aprende. Sim, o erro ativa zonas do cérebro responsáveis pela atenção, memória e aprendizagem.

Quando erras, e tens feedback sobre isso, o teu cérebro adapta-se e melhora. Mas… só se tu estiveres disponível para olhar o erro de frente, sem medo e sem vergonha.

Aprender a lidar com frustrações começa na forma como te falas

O teu pior inimigo não está lá foraestá cá dentro.

O teu cérebro tem uma missão: manter-te seguro. E, para ele, segurança é tudo o que é previsível. Tudo o que te desafia, que te tira da zona de conforto, é interpretado como uma ameaça. Por isso, cada vez que falhas, o teu cérebro acende uma sirene interior: “Perigo! Estás a sair da norma!

Mas tu não és o teu cérebro. És maior do que os teus pensamentos. E podes aprender a reprogramá-lo.

Uma das formas mais poderosas de o fazer é observares como te falas quando falhas.

Dizes-te frases como: “sou um desastre”, “nunca faço nada bem”, “sou burro/a”?

Ou consegues dizer “isto foi só um erro, vou aprender com ele e fazer diferente da próxima vez”?

A forma como te falas condiciona a tua capacidade de resiliência.

Errar é comum — até nos melhores

Se pudesses entrar nas conversas privadas dos teus colegas, professores ou até dos teus ídolos, perceberias uma coisa: todos falham.

Toda as pessoas sentem, em algum momento, que não são suficientes, que podiam ter feito melhor, ou que se arrependem de algo.

A diferença entre quem cresce e quem se encolhe perante o erro está no que faz depois dele.

Por isso, aprender a lidar com frustrações exige primeiro uma mudança de mentalidade. Pois precisas de associar o erro a uma tentativa para dar certo.

Os grandes inovadores falharam dezenas de vezes antes de acertar. Edison, quando inventou a lâmpada, respondeu: “Não falhei. Apenas descobri 10.000 maneiras que não funcionam.”

Enquanto mãe, explicadora e mentora…

Não te falo apenas como alguém que leu livros sobre desenvolvimento pessoal ou neurociência. Falo-te como mãe, como explicadora e como mentora de estudantes que acompanho diariamente.

Se há uma coisa que eu gostava que todos os alunos entendessem é isto: errar é absolutamente normal. 

Não é sinal de fraqueza. Não é motivo de vergonha. É parte do processo. Uma parte essencial, até. E o que realmente importa é o que fazemos com esse erro. O que aprendemos. Como reagimos. Que decisões tomamos a seguir.

Errar não te define. Mas sim, o que escolhes fazer depois do erro.”

Tenho visto, ao longo dos anos, alunos brilhantes sabotarem o seu potencial porque acreditaram nas vozes interiores que lhes diziam que não eram bons o suficiente. E sabes que mais? Essas vozes, muitas vezes, são o cérebro a tentar proteger-nos… mas, sem querer, acaba por nos prender. O cérebro adora a zona de conforto, mas é fora dela que acontece o verdadeiro crescimento.

Se hoje puderes dar um passo — um pequeno passo — em direção a uma mentalidade mais compassiva contigo próprio, já estás a vencer. Porque aprender a lidar com frustrações é isso mesmo: aceitar que és humano, imperfeito e cheio de potencial para melhorar.

O poder de fazer diferente

Vamos imaginar: tens um teste que correu mal. Podes reagir de duas formas:

  1. Ficar preso à frustração, à vergonha, à tristeza.
  2. Parar, refletir, identificar o que falhou — e usar essa informação para criar um plano melhor.

A segunda opção é sempre mais difícil, claro. Dá trabalho. Exige coragem. Mas é a única que te aproxima dos teus objetivos.

E, acredita: não estás sozinho nisto.

Eu também já falhei. Já me senti frustrada. Já quis desistir. Mas percebi que são essas dores que nos moldam. E quando deixamos de fugir ao erro e o olhamos de frente, ele perde o seu poder sobre nós.

“Errar não é sinal de fraqueza. É sinal de que estás a tentar.”

Estratégias práticas para aprender a lidar com frustrações

  1. Escreve os teus erros. Mas não para te culpares — para os entenderes. O que falhou? O que podes fazer diferente?
  2. Fala com alguém. Um professor, um amigo, um familiar. Partilhar alivia a carga e traz novas perspetivas.
  3. Cria afirmações positivas. Algo simples como “estou a aprender, todos os dias” pode mudar o teu estado mental.
  4. Aceita que não há crescimento sem desconforto. E que o desconforto é passageiro, mas a aprendizagem fica para sempre.

“Não há fracasso, há feedback.” — Robert Allen

Começa hoje a mudar a forma como olhas para os teus erros. Aprender a lidar com frustrações requer compaixão e estratégia. Porque tu tens tudo o que precisas para crescer — mesmo nos dias em que sentes que falhaste.

E lembra-te: estás exatamente onde precisas de estar para dar o próximo passo.


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E se quiseres explorar mais sobre o tema do erro como aprendizagem, recomendo vivamente o livro Failosofia” de Elizabeth Day, que inspirou muitos dos princípios que partilhei contigo.

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“Todo o conteúdo apresentado neste artigo é baseado em pesquisas, estudos e na minha opinião. É importante lembrar que outras opiniões e interpretações podem existir sobre o assunto.”

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